A covid-19 e o reaquecimento das operações de fusões e aquisições no Brasil

Publicado em 30/10/2020

Não nos causa mais espanto que a crise de Covid-19 impactou fortemente a economia brasileira, ocasionando um período de transformações nos mais diversos sentidos. A ascensão do e-commerce em detrimento das lojas físicas e o investimento no setor de entretenimento são alguns exemplos. Porém, apesar das expectativas negativas e risco de recessão, a injeção de liquidez, auxílio governamental e adaptação dos empreendedores geraram bons resultados, o que vem transformando o cenário econômico brasileiro em um ambiente menos assustador.

Neste sentido, o crescimento de fusões e aquisições (M&A) é visto como mais uma das consequências que a pandemia trouxe ao território brasileiro. Estratégia de mercado, desejo de expansão e diversidade de investimentos são alguns dos fatores que levam as empresas a optarem por tal estruturação na tentativa de superar os desafios encontrados, os quais abrem caminho para que companhias capitalizadas e fundos encontrem oportunidades para adquirir participação em tais empresas.

Segundo a PwC, houve no Brasil 483 operações de M&A de janeiro a julho deste ano, um crescimento de 4,55% em comparação ao mesmo período de 2019. Apenas o setor de tecnologia registrou 182 transações, seguido pelo setor financeiro e de seguros, e imobiliário. Tais dados e estudos apontam que há possibilidade de muita atividade no mercado de fusões, aquisições e aceleração de investimentos privados durante o próximo trimestre, com esta recuperação tendo maiores beneficiados alguns setores específicos detentores de mais preparo, como reserva de caixa e consciência dos desafios que podem ser encontrados.

Como fatores decisivos de aceleração e crescimento destas operações, podem-se citar a menor taxa de juros já vista – 3% em maio, e a abertura de capital de diversas empresas. Além disso, a desvalorização do real e a queda na bolsa de valores, ocasionando uma precificação menor, atraiu a atenção de investidores internacionais na busca por boas oportunidades de negócios no Brasil.

Diversas etapas são compreendidas nas operações de M&A, como estratégia, due dilligence e negociação. A due dilligence, realizada com o intuito de detalhamento de informações das mais diversas áreas da empresa, como contábil, fiscal e jurídica, possui um papel ainda mais relevante no cenário de pandemia e pós-crise, devendo ser realizada de forma cautelosa, analisando-se os riscos trazidos e assumidos neste momento.

Por fim, ressalta-se que as consequências trazidas pela Covid-19 nas operações de M&A são diversas, podendo ainda ocorrer outras adaptações com o passar do tempo. As partes envolvidas necessitarão avaliar minuciosamente tais impactos em suas operações, bem como precisar garantias para a transação diante do cenário econômico que aos poucos se reorganiza e reaquece. Mais do que isso, resta imprescindível uma análise inicial profissional para a avaliação da melhor estratégia a ser tomada caso a caso.

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